segunda-feira, 22 de março de 2010
Saúde de Iberê provocará desdobramentos políticos inevitáveis
Tornou-se uma prática comum no Brasil, os políticos e detentores de cargos públicos importantes negarem e muitas vezes manipularem a verdade sobre seus eventuais problemas de saúde. Citaremos dois casos emblemáticos mas rigorosamente opotos no seu foco. Em primeiro plano, o caso de Tancredo Neves, quando a opinião pública foi deliberadamente enganada antes, durante e depois de sua grave doença que o levou à morte, não assumindo a Presidência de República. Na outra ponta, está o atual Vice-Presidente da República, empresário José Alencar, que desde a detecção inicial de seu câncer assumiu a função de seu próprio porta-voz para manter seus milhares ou milhões de brasileiros informados sobre seu real estado de saúde, fazendo com que os brasileiros prefiram ficar com a realidade dos fatos, ainda que as vezes dolorosos, que a mentira conveniente, forjada por alguns marqueteiros de plantão. Afinal, a própria condição de homem público induz a que o estado de saúde verdadeiro também seja público, independente de suas consequências. Afinal, são seres humanos, sujeitos a problemas de saúde.
O resultado da biópsia do nódulo retirado do pulmão do vice-Governador Iberê Ferreira, confirmando ser maligno, terá inevitavelmente seus desdobramentos imprevisíveis e indesejados na política estadual. O seu projeto político terá que ajustar-se à realidade imposta pelo fato novo. Mesmo com as perspectivas de um boa evolução e uma previsível recuperação, Iberê terá que desacelerar o rítmo de trabalho, assumindo a função de Governador, em 31 de março, assim como na campanha para sua reeleição.
Mais um difícil problema para a Governadora Wilma de Faria que terá que conviver com mais esse acidente de percurso em seu projeto de reeleger Iberê e garantir sua eleição para o Senado da República. Mas desafios nunca foram problemas intransponíveis em sua trajetória política e administrativa.
O que os atores políticos das eleições 2010 não devem fazer é politizar um problema relativamente grave de saúde de um dos participantes do pleito e deles procurarem tirar injustas e desumanas vantagens.
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