A senadora e ex-candidata à presidência da República, Marina Silva, conquistou com seu talento político e credibilidade o honroso posto de uma formadora de opinião na eleição de 03 de outubro próximo passado. Sua postura política lhe rendeu quase 20 milhões de votos e teve um papel decisivo no processo eleitoral que resultou em um segundo turno entre Serra e Dilma.
Sua decisão oficializada hoje, 18, de independência em relação ao segundo turno, frustra boa parte de seus eleitores que provavelmente esperavam uma posição de apoio a um dos dois candidatos finalistas da eleição, obviamente o que tivesse um projeto de governo mais identificado com o seu, independente de ideologia.
"Há uma diferença entre a independência e a neutralidade. Na neutralidade você simplesmente se ausenta do processo, nós apresentamos dez pontos com 42 itens que consideramos importantes para o aperfeiçoamento da gestão pública (...) isso é ter uma atitude de compromisso", afirmou Marina Silva.
Como eleitora qualificada que é, Marina permitiu-se ao que o eleitor esclarecido não pode fazer. Exemplifico: como votar aquele eleitor que no primeiro turno elegeu a própria Marina como sua preferida para presidir o país? Agora, por força de uma obrigação "legal" vê-se forçado a votar em um candidato que não é o seu escolhido. Nesse aspecto, temos uma forte imperfeição do regime democrátivo vigente: a obrigatoriedade do voto. Outro aspecto a considerar: se é possível votar em branco ou anular o voto, por que a obrigação de ter que votar?
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