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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Cinismo sem limite: Governador do DF sinaliza que deixará a política





"O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que enfrenta há quase 70 dias a maior crise política de que se tem notícia no DF, deu nesta terça o primeiro sinal de que pode desistir da política, após concluir o mandato, em dezembro. Foi na mensagem que encaminhou à Câmara Legislativa local, na reabertura dos trabalhos da Casa.
Arruda afirma que seguirá governando para cumprir promessas e compromissos administrativos e será apenas um “tocador de obras”. “De um lado, a dor das denúncias que agridem, massacram, mas que serão esclarecidas a seu tempo, no devido processo legal. De outro, o entusiasmo de, apesar de tudo, cumprir cada um dos meus compromissos com Brasília” – afirma o governador, que completa: “É assim que levanto a cabeça, vislumbro o final do meu governo e da minha vida pública; sonho com o dia em que voltarei plenamente à minha família e à minha vida pessoal, na qual sou feliz.

É a primeira vez que Arruda fala em encerrar sua carreira de político para dedicar-se à família. O governador enfrenta três pedidos de impeachment, que ainda serão apreciados pela Câmara Legislativa, controlada por ele. A declaração do governador foi recebida como uma forma de aliviar a pressão política em torno de sua saída imediata.

Arruda, que aparece em vídeos da operação Caixa de Pandora recebendo dinheiro, ainda encerrou o discurso com uma citação bíblica: “Leio e repito com São Paulo, todos os dias, nas minhas orações, para antever o dia em que poderei dizer: ”Combati o bom combate. Terminei meus dias. E não perdi a minha fé”" Do blog de Christina Lemos.

Nota do blog: O ainda Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, extrapola os limites do cinismo, sobrevivente que é do escândalo que completa 70 dias, em Brasília. Declarar a esta altura que provavelmente deixará a política em dezembro, após terminar seu mandato como Governador. Pressupõe, a princípio, que ficará impune e que não haverá impeachment, embora haja três ações com este propósito. Depois, acredita mesmo que tudo terminará numa enorma e queimada pizza, já que a mesma foi colocada no formo a mais de 2 meses. Subestima de uma só vez a Justiça, a Câmara Distrital (onde tem maioria) e o povo que o elegeu. Tem ainda a desfarçatez de afirmar que combateu o bom combate. É oportuno lembrar que ele não é primário. Ao contrário, é reincidente em crimes eleitorais, sendo o anterior e de maior repercussão a violação do painel do Senado, quando era senador, cargo do qual renunciou para não ser cassado e logo depois ressurgir como Governador do Distrito Federal, a mais expressiva unidade federativa da República, onde mais uma vez, ofereceu péssimo exemplo de homem público aos brasileiros. Já vai tarde.

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