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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Ministério Temer: Governo de coalizão ou de colisão, eis a questão.

Ministério de Temer:  politicamente pragmático

O governo Temer, recém assumido,  já tornou-se  alvo de severas críticas a começar pela composição de seu ministério interino, sob a acusação de ter composto uma equipe de governo quase que somente formada por políticos. Outra crítica  talvez menos impactante mas com repercussão negativa foi quanto a predominância do pretenso “machismo”, ao excluir as mulheres da composição do ministério, fato que provocou a urgente providência de vários convites a mulheres notáveis, especialmente para a Cultura. Algumas principalmente artistas, declinaram do convite.

Se faltou a Temer um suposto apreço aos perfis técnicos,  sobrou pragmatismo político no processo de escolha. Constitucionalista e experiente operador do Direito que é, o presidente interino, ex-parlamentar e ex-presidente da Câmara de Deputados, conhece como poucos as nuances da Democracia brasileira, com um sistema político em que o Congresso Nacional tem, na linguagem comum, a última palavra.

Como assim? O regime político brasileiro atual, respaldado pela Constituição Federal cidadã, de 1988, prevê por exemplo, que ao aprovar uma lei, ainda que inaplicável, se vetada pelo presidente da República, o Congresso Nacional tenha o poder de derrotar o veto presidencial e portanto  garantir  sua vigência, independente de suas consequências para a administração pública federal.

Na linha ainda programática, do que adianta o presidente formar um ministério de notáveis, com reconhecida competência técnica mas sem votos no Congresso Nacional. Simplesmente não governa. Foi assim com o ex-presidente Collor de Melo e agora com Dilma Roussef.

Tal anomalia política, agravada por um Congresso Nacional minado pelo indisfarçável fisiologismo dos trinta e cinco partidos políticos (*), tem como consequências diretas o surgimento inevitável dos mensalinhos, mensalões e petrolões.

De novo, o atual sistema politico vigente obriga invariavelmente, não apenas este, mas todos os governos, a fazerem uma espécie de escolha de Sofia, ao optarem pela própria sobrevivência política e compor uma equipe ministerial sem a presença de notáveis competentes tecnicamente, mas com votos que podem garantir ou não a chamada governabilidade.


Foi o que Temer fez.

(*) NR - Não há erro de digitação. O Brasil tem hoje 35 partidos. Outros 21 encontram-se em fase de formação.

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