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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Lula: extrapolando todos os limites
















O presidente Lula tem se permitido ao longo de seus dois mandatos, manter-se distante, muito distante da liturgia do seu cargo presidencial, o mais alto da República do Brasil. Apesar de tal postura, tem obtido da opinião pública uma enorme tolerância e compreensão quanto ao fato. Não fosse assim não teria tão elevados e frequentes índices de aprovação de seu governo.
De um presidente da República espera-se postura compatível, equilíbrio, maturidade, seriedade no trato da coisa pública, competência política e administrativa. Lula comporta-se desde o início do mandato como um eterno candidato. Usa o grito como ferramenta de afirmação, quando a serenidade lhe daria maior autoridade.
Adepto do improviso inconsequente, agride com frequência a gramática portuguesa, sem nenhuma preocupação. Inteligente mas não culto, aproveita-se convenientemente do inequívoco carisma para colocar-se em algumas situações acima do bem e do mal.
Na campanha presidencial de 2006, quando buscou e conseguiu sua reeleição, era o defensor de suas próprias idéias. Nada mais legítimo, em que pese a imensa vantagem de concorrer a eleição, no próprio cargo.
Agora, esqueceu-se por completo do papel de magistrado que deveria ter como presidente da República, para transformar-se no mais ferrenho cabo eleitoral de sua candidata, a ex-ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Defendendo radicalmente um projeto de poder e não apenas de governo, tem extrapolado de forma absurda a liturgia do cargo presidencial, confundindo o exercício do Executivo Federal com sua obstinada mas incabida participação na campanha presidencial.
No recente episódio da agressão a Serra, no Rio, Lula extrapolou todos os limites do razoável como homem público, ao tratar um caso grave de agressão patrocinado por militantes petistas, fazendo comparações inadequadas e acusações incabíveis. A maior agressão aos brasileiros acabou não sendo os objetos lançados em Serra, mas a atitude do presidente da República, que beira o estímulo à intolerância e à própria violência, ferindo assim também os pilares básicos da democracia brasileira.
Lamentável.

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