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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Veja: a franqueza ou a coragem de Garibaldi Alves



Garibaldi Alves, ministro da Previdência Social: falando o que pensa

Quem conhece ou acompanha as falas do senador Garibaldi Filho, atual ministro da Previdência Social, está acostumado com sua informalidade e quase sempre um toque de humor nos seus discursos, mesmo aqueles formais. É o seu estilo, aprovado e compreendido por seus seguidores e simpatizantes.

O senador potiguarlicenciado é o entrevistado das páginas amarenas de Veja, edição 2241. Na entrevista, mais uma vez fugindo à formalidade de sua função, ele foi extremamente franco para não dizer corajoso quanto tratou de informações de sua pasta - a Previdência Social - , assim como quando emitiu opinião sobre o governo da presidenta Dilma. Senão, vejamos:

" Veja - Há três anos, quando presidente do Senado, o senhor dizia que as reformas estruturais, entre elas a da Previdência não saíam porque faltava um presidente estadista o suficiente. Continua faltando?

Garibaldi - Você quer me ver demitido... só pode ser. Temos o apoio da presidente Dilma Rousseff e de todo o governo para a aprovação do fundo de pensão dos servidores. As maiores resistências hoje são dos sindicatos e dos parlamentares ligados a eles, que acham que o que está aí precisa e deve ser preservado. É uma forma distorcida de ver o problema. Os dindicatos, que deveriam ser de esquerda, às vezes são mais conservadores que os conservadores de direita...

Veja - O senhor acha que há ministérios demais?

Garibaldi - Isso aí todo mundo acha. É uma das poucas coisas sobre as quais acredito que exista unanimidade. É ministérios demais. São tantos que só houve uma reunião até agora do ministério todo. É melhor nem me aprofundar nisso...

Veja - Durante o governo Lula, o senhor foi crítico à leniência dele com casos de corrupção. Qual a diferença entre Dilma e Lula nesse campo?

Garibaldi - Nesse aspecto, ela é mais rigorosa que ele. Não vou entrar em detalhes, mas acho que ele mesmo já admitiu isso. Lula realmente tolera mais, dá mais oportunidade. Defende às vezes os companheiros numa situação difícil. Do ponto de vista de lealdade, é exemplar. Agora, eu acho que ele também só fez isso porque se tornou um líder de enorme popularidade.

Veja - E, nas outras áreas do governo, o senhor vê diferenças?

Garibaldi - Só diferença de estilo. É uma coisa que não precisa estar dentro do governo para ver. Lula é mais aberto, governa mais próximo dos ministros, e Dilma não. A presidente tem um certo grupo com o qual se reúne mais. Ela não cobra muito diretamente, não, usa muito aquele pessoal do Palácio, Gleisi, Ideli e Gilberto. "

Que outro ministro já fez avaliações e emitiu opiniões sobre o governo com tanta desenvoltura ou com tanta liberdade de expressão?

Só Garibaldi Filho.

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