domingo, 22 de maio de 2011
Leitura Dinâmica II:"Barganha indecente"
Leitura Dinâmica II desde Domingo traz o artigo abaixo, do experiente e veterano jornalista Carlos Chagas, sobre as manobras inconfessáveis e criminosas em Brasília, para blindar o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palloci, das acusações de enriquecimento ilícito, em apenas 4 anos. Difíceis de serem explicadas, apela-se para uma lógica perversa de que um erro justifica outro, contrariando o senso comum que pensa exatamente o contrário.
Chagas aponta algo mais grave ainda que é a tentativa da compra do silêncio da oposição através de troca de concessões na aprovação de um importante projeto sobre o meio-ambiente.
Quando se pensa que é o Congresso Nacional chega ao fundo do poço, descobre-se que ainda não é, diante da gravidade de fatos novos. A conclusão embora indesejada é de que parece que ele não tem fundo.
Por Carlos Chagas
" O Congresso terá chegado ao fundo do poço, a ser verdadeira a informação de que o governo trocou concessões aos desmatadores, na próxima votação do Código Florestal, pelo sepultamento de críticas e investigações a respeito do aumento patrimonial do ministro Antônio Palocci.
Barganhas parecidas tem acontecido ao longo das Legislaturas, mas dessa vez ultrapassaram os limites da decência. O suposto acordo exprime a troca de cada milhão de reais amealhado pelo chefe da Casa Civil por algumas centenas de hectares de floresta dilapidada.
Trata-se da demonstração de que vale tudo. Se a moda pegar, como parece que já pegou, é bom tomar cuidado. Daqui a pouco estarão aprovando medidas provisórias de combate à miséria por isenções fiscais para os grandes especuladores.
Ainda a respeito desse episódio inconcluso da fortuna do ministro Palocci, registre-se mais uma pequena lambança ocorrida no Planalto. O chefe da Casa Civil precisou telefonar para os ex-ministros e antigos altos funcionários de governos passados, desculpando-se por ter ido parar no Congresso texto reservado preparado por seus assessores, onde se lê que Pérsio Arida, André Lara Resende, Pedro Malan e Armínio Fraga, servidores do governo Fernando Henrique, quando deixaram suas funções passaram a prestar consultoria e dedicar-se a atividades nos meios financeiros. O mesmo fez Maílson da Nóbrega, ministro da Fazenda no governo José Sarney. Segundo versão de Palocci, eram considerações para efeito interno no governo. O deslize acabou fazendo uma vítima: acaba de ser demitido o subchefe de Assuntos Parlamentares do ministério da Coordenação Política, Luiz Azevedo, apontado como responsável pelo vazamento. Será que não foi o contínuo que serve cafezinho para o ministro Luis Sérgio? "
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