quarta-feira, 1 de junho de 2011
Caso Palocci: a frágil lógica de defender atacando
Palocci silencia e deixa que seus muitos defensores o protejam da verdade que o condena
Há na política brasileira uma lógica inconsistente de se defender, atacando. Se eventualmente válida no futebol, a mesma estratégia não é decididamente a mais adequada no plano político, embora insistiam os defensores de aplicá-las.
Vejamos: um dos fundamentos do direito brasileiro é a garantia de ampla e irrestrita defesa, uma garantia constitucional.
Na prática, quando ocorre uma acusação mesmo com consistentes indícios, via de regra os defensores mudam o foco e passam a defender o acusado atacando a acusação, tentando justificar um erro com outro.
No caso específico do ministro Antonio Palocci, não haveria espaço maior e mais democrático do uma Comissão Parlamentar de Inquérito para que ele, acusado, exercesse na totalidade o seu legítimo direito de defesa e se assim fosse, comprovar sua presumível inocência.
Mas não, prefere-se ignorar os instrumentos democráticos de defesa imaginando simplesmente ser possível através de barganhas políticas, silenciar a oposição e a opinião pública.
Ainda no caso específico, os indícios de ilegalidades existem, pois não é razoável para nenhuma avaliação isenta de que a atividade de consultoria resulte em ganhos milionários, em tão pouco tempo. A negativa a todo custo de não querer prestar contas, sugere-se ao senso comum a idéia de culpa.
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